É preciso consensualizar a localização do novo aeroporto de Lisboa entre os dois maiores partidos, envolvendo inclusive o Presidente da República, apelou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
“O que queremos, mesmo tendo o PS maioria absoluta é que, se não conseguirmos que todos os partidos se comprometam, pelo menos os dois maiores partidos portugueses tenham capacidade de se sentarem, de definirem, de se consertarem, e provavelmente com o patrocínio do Presidente da República, encontrar uma localização para o novo aeroporto. É a única maneira de conseguirmos que mesmo com uma mudança de governo não voltamos a atrás”, afirmou o governante, no AED Days 2022, organizado pelo município de Oeiras e pela AED Cluster Portugal, que envolve mais de 100 entidades dos setores da aeronáutica, espaço e defesa.
“É uma dificuldade em conseguir consensualizar decisões tão estruturantes para o país como é o aeroporto. Andamos há cinco décadas a estudar e a tentar decidir onde irá ser o novo aeroporto. Temos cerca de 17 localizações estudadas”, lembrou.
A falta de capacidade aeroportuária tem dificultado o crescimento do país, e a situação manteve-se nos últimos anos.

“Em 2020 já íamos recusar centenas de voos por falta de capacidade do aeroporto de Lisboa. A pandemia só aparentemente resolveu o problema. (…) Infelizmente vamos voltar a ter os problemas no aeroporto de Lisboa que conhecemos antes da pandemia, por falta de capacidade aeroportuária”, disse, referindo-se ao facto de a retoma do setor “felizmente” ter voltado.
“A única maneira que um país que está na ponta ocidental da Europa se poder desenvolver é tendo esta capacidade que o público e o privado não se olhem como adversários, ou se excluíssem ao outro mas como cooperantes”, disse ainda.
E acrescentou: “Se conseguirmos aumentar a capacidade aeroportuária nós teremos mais movimentos, mais atividade de aviação, e terá consequências em toda a indústria nacional, são fundamentais para todo o cluster”.
O ministro das Infraestruturas defendeu ainda, em Oeiras, que a TAP não é um tema polémico e defendeu uma aposta na aviação, semelhante à que foi realizada na ferrovia, com a participação dos setores público, privado e da academia.
O que aconteceu na ferrovia “pode acontecer na aviação. Temos um ‘cluster’ que se tem mostrado muito dinâmico, com um conjunto de investimentos, o que são os ingredientes suficientes para que Portugal possa ter um setor em crescimento”, afirmou citado pela Lusa.