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Turismo algarvio com falta de trabalhadores apesar de 6000 inscritos no IEFP

Os empresários do setor turístico algarvio queixam-se da falta de trabalhadores para o verão, apesar de haver cerca de 6.000 pessoas do setor inscritas no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), algumas a receber o subsídio de desemprego.

“Havia há pouco tempo 6.000 inscritos na área do turismo no Instituto do Emprego – só cozinheiros eram 500 -, e fizemos uma experiência com o Instituto do Emprego, com a ajuda das associações empresariais, e o Turismo do Algarve a coordenar, para tentar contratar pessoas”, disse o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Em declarações à Lusa, Hélder Martins referiu que o próprio IEFP participou nas entrevistas e “fez um esforço para trazer as pessoas, mas estas não quiseram” aceitar o trabalho que lhes era proposto nas suas áreas e com uma “boa remuneração”.

Para o empresário, não é lógico haver uma “rejeição das pessoas” para trabalhar no turismo e, ao mesmo tempo, poderem continuar a beneficiar do subsídio de desemprego, o que o leva a supor que também farão alguns trabalhos complementares.

“Houve quem só pudesse vir à entrevista depois das 20:00, mas estavam desempregados e a receber o subsídio de desemprego, e outros diziam que estavam a ajudar um primo”, referiu, ainda, Hélder Martins.

O presidente da maior associação de hoteleiros da região sublinhou que “há um problema grave no Algarve e no resto do país de falta de mão-de-obra”, que não se cinge apenas ao setor do turismo.

O administrador do grupo Pestana para o Algarve, Pedro Lopes, também confirmou à Lusa que “é difícil” encontrar pessoas para trabalhar como se fazia até 2019.

“O Algarve tem 15.000 desempregados, dos quais 6.000 no setor do turismo. Mas quando essas pessoas são chamadas para as entrevistas e não aparecem é porque não querem trabalhar, e algumas devem estar a trabalhar ilegalmente, por isso não aparecem”, refere.

Segundo Pedro Lopes, os poucos que aceitam ir às entrevistas “muitas vezes dizem que só podem aparecer depois das 20:00, o que quer dizer que antes estão a fazer alguma coisa”, considerou.

“O Governo tem de fiscalizar mais estas situações”, porque “se as pessoas não querem trabalhar não é justo estarmos a pagar [o subsídio de desemprego], quando há milhares de posições a serem oferecidas no setor”, afirmou.

Por seu lado, o diretor regional de operações do Grupo Minor, que detém os hotéis Tivoli, Jorge Beldade, afirmou que as unidades hoteleiras que gere precisam neste momento de recrutar 200 pessoas, num total de cerca de 1.500 trabalhadores.

“O Instituto do Emprego e Formação Profissional tem 15.000 pessoas à procura de emprego, mas quando pedimos um grupo de 30, aparecem apenas na entrevista três ou quatro, que fazem tudo para não serem contratados”, assegurou.

Segundo aquele responsável, normalmente, os entrevistados “pretendem manter-se no fundo de desemprego e continuar a fazer biscates” a trabalhar a tempo inteiro no setor.

“Vamos ter o melhor verão de sempre, as reservas já estão a um nível superior ao de 2019, o ano também vai ser excelente, mas não vamos fornecer o nível que deveríamos dar”, devido à falta de trabalhadores, observou.

De acordo com aquele responsável, a preocupação, neste momento, “já não é a receita, mas sim encontrar pessoas que queiram trabalhar”.

O presidente da AHETA também lamentou que “agora que há a oportunidade de faturar, não haja recursos” humanos, frisando que os empresários irão tentar manter a qualidade dos serviços, mesmo que tenham de deixar de disponibilizar a totalidade das mesas, nos restaurantes, ou dos quartos, nos hotéis.

Os empresários dos setor turístico são unânimes em referir que a solução para resolver a falta de mão-de-obra no setor é recorrer a imigrantes, sobretudo, originários de países de língua oficial portuguesa.

De acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), a falta de mão-de-obra no setor, a nível nacional, já deverá ultrapassar os 15.000 trabalhadores estimados em 2021.

Entretanto, na quarta-feira, o Governo aprovou um regime de facilitação para a emissão de vistos em Portugal para os Cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).

Em conferência de imprensa, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, avançou que vai passar “a haver uma facilitação da emissão” no âmbito da concessão dos vistos de curta duração de estada temporária e vistos de residência para cidadão abrangido pelo acordo da CPLP.

Comissão Europeia cede 18 “slots” da TAP no aeroporto de Lisboa à EasyJet

A Comissão Europeia atribuiu hoje os 18 ‘slots’ diários da TAP no aeroporto de Lisboa, após imposição para aprovar o plano de reestruturação, à companhia aérea EasyJet, que ficou em primeiro lugar ultrapassando a concorrente a concurso, Ryanair.

“A Comissão Europeia classificou a EasyJet em primeiro lugar entre as transportadoras aéreas que se candidataram à atribuição da carteira com um máximo de 18 faixas horárias diárias [para descolagem e aterragem – ‘slots’] no aeroporto de Lisboa”, anuncia o executivo comunitário em comunicado.

A instituição acrescenta que “as faixas horárias serão disponibilizadas pela TAP Air Portugal para atenuar eventuais distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que lhe foi concedido por Portugal, após autorização da Comissão em dezembro de 2021”, permitindo assim à EasyJet “começar a explorar novas rotas a partir de 30 de outubro de 2022”.

A outra companhia aérea que concorreu aos ‘slots’ da TAP foi a também ‘low cost’ Ryanair, que na segunda-feira disse à agência Lusa ser a candidata “mais fiável” face à EasyJet.

Entendimento diferente teve Bruxelas, que na nota à imprensa adianta que “analisou em pormenor as propostas recebidas em função dos critérios de elegibilidade, avaliação e classificação”, tendo em conta a “capacidade de lugares que as transportadoras poderiam oferecer utilizando as faixas horárias disponibilizadas pela TAP Air Portugal”, optando assim por dar o primeiro lugar à EasyJet.

“A EasyJet tem agora prioridade para celebrar com a TAP Air Portugal o acordo de transferência de faixas horárias que lhe permitirá expandir as suas operações no aeroporto de Lisboa e oferecer novos voos a partir de 30 de outubro de 2022”, adianta a Comissão Europeia.

Em causa está o aval dado pela Comissão Europeia, em 21 de dezembro passado, ao plano de reestruturação da TAP e à ajuda estatal de 2.550 milhões de euros para permitir que o grupo regressasse à viabilidade, impondo para isso compromissos de forma a não prejudicar a concorrência europeia.

Entre os remédios impostos por Bruxelas para aprovar o plano de reestruturação está, precisamente, a obrigação de a companhia aérea disponibilizar até 18 ‘slots’ por dia no aeroporto de Lisboa.

Turismo em Portugal pode ultrapassar níveis pré-pandémicos em 2023

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) afirmou esta segunda-feira que o setor de viagens e turismo vai impulsionar a recuperação económica em Portugal, ultrapassando os níveis pré-pandémicos em 2023.

O WTTC, um fórum empresarial mundial da indústria de viagens e turismo, estimou que no próximo ano se verifique um aumento de 4,8% em relação aos resultados de 2019 e o emprego no setor também exceda os níveis do último ano pré-pandémico.

No último Relatório de Impacto Económico do WTTC prevê-se que a “contribuição total do setor para o PIB poderá atingir quase 39,5 mil milhões de euros no próximo ano, representando 17,4% do total da economia” nacional.

A indústria deverá criar 3200 empregos adicionais, para atingir mais de um milhão de postos de trabalho até ao final de 2023.

De acordo com os últimos dados do WTTC, espera-se que o PIB associado às viagens e turismo cresça anualmente a uma média de 3,4% durante a próxima década, mais do triplo da taxa de crescimento de 1,1% da economia global do país, para atingir mais de 50 mil milhões de euros (20,2% do total) até 2032.

Por outro lado, as previsões indicam que este setor seja capaz de criar quase 193.000 empregos nos próximos dez anos, com uma média de mais de 19.000 novos empregos por ano, atingindo mais de 1,1 milhões de postos de trabalho até 2032.

“Após o impacto devastador da covid-19, Portugal está a mostrar uma forte recuperação e no final deste ano espera-se que a contribuição total do setor para o PIB cresça 54,7%, para mais de 35,8 mil milhões de euros, o que corresponde a 16,2% do PIB total”, pode ler-se no comunicado.

“O emprego no setor [em 2022] deverá crescer 5,6%, para atingir quase mais de 953.000 postos de trabalho”, acrescenta-se na mesma nota.

De acordo com o parceiro na análise de dados do WTTC, a ForwardKeys, “os últimos dados de reserva de voos mostram um verão promissor” para Portugal, já que “os dados de reservas de voos mostram que (…) deverá ser o quarto destino europeu mais popular este Verão, com um aumento anual de 179% de chegadas internacionais”.

Os dados mostram reservas de voos a ultrapassarem os níveis pré-pandémicos, com reservas dos EUA, Holanda, Dinamarca, e Alemanha a aumentarem, respetivamente, 41%, 36%, 29%, e 11%.

No relatório salienta-se que a contribuição total do setor para o PIB representava 17,1% (37,6 mil milhões de euros) em 2019, baixando para apenas 8,7% (17,4 mil milhões de euros) em 2020, mas que caiu para cerca de metade.

O setor também era responsável por mais de um milhão de postos de trabalho, “antes da pandemia ter posto fim às viagens internacionais, o que resultou numa perda de 160.000 (15,6%), caindo para 850.000 em 2020”.

No documento frisa-se que em 2021 se assistiu ao início da recuperação neste setor, ao subir 32,6% em termos anuais, para atingir 23,1 mil milhões de euros. Contudo, a recuperação de empregos foi mais lenta, com apenas 50.000 empregos criados, atingindo um total de 900.000.

O organismo mundial do turismo sustentou “que a contribuição do setor para a economia e o emprego poderia ter sido mais elevada se não fosse o impacto da variante Ómicron, o que levou a uma recuperação oscilante em todo o mundo, com muitos países a reintroduzirem restrições severas às viagens”.

Adesão à greve de trabalhadores da Rodoviária de Lisboa ronda os 60 a 70%, aponta sindicato

A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) para reivindicar aumentos salariais rondava às 7h desta quarta-feira os 60 a 70%, disse à Lusa fonte sindical.

“A adesão hoje aponta para os 60 a 70%, um bocadinho menos do que nas anteriores greves que andava à volta dos 80%”, disse à Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro, adiantando que “ainda é cedo”.

De acordo com João Casimiro, as revindicações dos trabalhadores são as mesmas das anteriores paralisações, ou seja, é pedido um aumento salarial para 750 euros, de forma a “compensar o salário mínimo”.

Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.

A greve, convocada pelo Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), teve início às 03:00 de hoje e termina às 03:00 de quinta-feira.

Esta é a 13.ª paralisação que os motoristas da RL realizam desde julho do ano passado, tendo a mais recente greve sido feita em 02 de maio, altura em que também foi apresentado um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário para o mês de maio.

Segundo João Casimiro, desta vez não foi apresentado um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário “para a empresa não ter a desculpa” e alegar que, havendo greves marcadas, os trabalhadores não querem negociar.

O representante disse ainda que o sindicato não marcou mais paralisações por esperar que a empresa entre em contacto para voltarem à mesa das negociações.

Entre as reivindicações dos trabalhadores encontram-se ainda a atualização do salário dos demais trabalhadores na mesma percentagem do que os dos motoristas, a atualização do subsídio de refeição nos mesmos termos percentuais do aumento do salário dos motoristas, a redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas e a valorização da carreira da manutenção.

Em julho, a RL vai passar a integrar a recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa, que operará nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa.

Atualmente, a Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.

Bolsa de Lisboa. Greenvolt, CTT e Jerónimo Martins desvalorizam e trazem índice PSI para o vermelho

O PSI encerrou a sessão de terça-feira, 31 de maio, em queda de 0,6% nos 6257,50 pontos, com 4 cotadas em alta e 11 em baixa. A maior parte das bolsas europeias fechou igualmente no vermelho, à excepção de Londres, que ganhou 0,1%. O Stoxx 600 terminou a segunda sessão da semana com perdas de 0,87%.

A Greenvolt desvalorizou 2,14% para os 7,31 euros, à cabeça das perdas, no dia a seguir a ter anunciado a distribuição de 39% da participação da Altri na energética aos seus acionistas. Os CTT recuaram 1,83% para os 3,75 euros e a Jerónimo Martins perdeu 1,55% para os 19,07 euros por ação. O BCP depreciou, entretanto, 1,13% para os 0,19 euros.

Nas cotadas que apresentaram ganhos figuram a Corticeira Amorim (+0,57% para os 10,50 euros), a Sonae (+0,73% para os 1,11 euros), a Altri (+1,76% para os 6,06 euros), e a líder Semapa (+2,2% para os 15,82 euros)

António Costa Silva: “Temos que ser líderes no mundo em turismo sustentável”

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, considera que Portugal está bem posicionado para se tornar líder no mundo no turismo sustentável, “ligado ao oceano, à natureza, ou ao património”, segundo afirmou durante uma conferência que decorreu na escola de negócios Nova SBE sobre “Líderes do Turismo”.

“Estamos a viver uma nova era geopolítica, com a agressão brutal da Rússia à Ucrânia, temos uma crise económica com esta guerra na Europa”, mas “por paradoxal que pareça pode ter um impacto positivo, porque nós somos um país seguro, até pela posição geográfica”, salientou Costa Silva.

Também a nível da crise energética gerada com o conflito “Portugal tem um potencial imenso”, e muitas empresas externas “têm-nos procurado no Ministério para desenvolverem energia no oceano, pois o mar é de facto uma fábrica escondida de energia”, adiantou.

O Banco de Portugal já avançou previsões de que o turismo possa atingir este ano receitas de 16 mil milhões de euros, mas o ministro da Economia disse acreditar que as receitas podem chegar “aos 18 mil ou 19 mil milhões”.

Prevendo que nos próximos anos o turismo português se torne numa “indústria ainda mais pujante, com uma oferta diversificada a nível de turismo oceânico, turismo termal, ou turismo de saúde”, António Costa Silva frisou que o grande desafio futuro é combater a crise climática, o que irá trazer transformações ao sector.

“Cada empresa terá de ter uma espécie de licença ambiental para operar, senão dificilmente conseguirá mobilizar clientes”, exemplificou.

A sustentabilidade, a par da digitalização, é um dos principais desafios que se coloca ao turismo, e “as empresas que hoje são grandes, se não se adaptarem à mudança, poderão não o ser amanhã”, advertiu Costa Silva, frisando acreditar no potencial da “nossa indústria de turismo, que é muito versátil, e puxa por outras atividades.

“Portugal é um dos paraísos da biodiversidade no planeta”, e nos próximos anos “vejo um sector muito pujante, líder no mundo em sustentabilidade, temos que ser líderes no mundo em turismo sustentável”, exortou.

O ministro da Economia e do Mar lembrou ainda que “no auge da pandemia” Portugal foi pioneiro a lançar no turismo o selo Clean & Safe, “e também queremos que seja o primeiro país do mundo a criar um selo ESG” – sigla de Environmental (Ambiente), Social Responsability e Governance (governo das sociedades)”.

“A economia portuguesa continua a ter o turismo como um dos seus motores, mas precisamos de outros motores”, concluiu o ministro, frisando que também para as indústrias eletrónica ou de metalomecânica se prevê um crescimento acelerado no país.

Pedro Nuno Santos apela a compromisso entre PS e PSD para a localização do novo aeroporto de Lisboa

É preciso consensualizar a localização do novo aeroporto de Lisboa entre os dois maiores partidos, envolvendo inclusive o Presidente da República, apelou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

“O que queremos, mesmo tendo o PS maioria absoluta é que, se não conseguirmos que todos os partidos se comprometam, pelo menos os dois maiores partidos portugueses tenham capacidade de se sentarem, de definirem, de se consertarem, e provavelmente com o patrocínio do Presidente da República, encontrar uma localização para o novo aeroporto. É a única maneira de conseguirmos que mesmo com uma mudança de governo não voltamos a atrás”, afirmou o governante, no AED Days 2022, organizado pelo município de Oeiras e pela AED Cluster Portugal, que envolve mais de 100 entidades dos setores da aeronáutica, espaço e defesa.

“É uma dificuldade em conseguir consensualizar decisões tão estruturantes para o país como é o aeroporto. Andamos há cinco décadas a estudar e a tentar decidir onde irá ser o novo aeroporto. Temos cerca de 17 localizações estudadas”, lembrou.

A falta de capacidade aeroportuária tem dificultado o crescimento do país, e a situação manteve-se nos últimos anos.

“Em 2020 já íamos recusar centenas de voos por falta de capacidade do aeroporto de Lisboa. A pandemia só aparentemente resolveu o problema. (…) Infelizmente vamos voltar a ter os problemas no aeroporto de Lisboa que conhecemos antes da pandemia, por falta de capacidade aeroportuária”, disse, referindo-se ao facto de a retoma do setor “felizmente” ter voltado.

“A única maneira que um país que está na ponta ocidental da Europa se poder desenvolver é tendo esta capacidade que o público e o privado não se olhem como adversários, ou se excluíssem ao outro mas como cooperantes”, disse ainda.

E acrescentou: “Se conseguirmos aumentar a capacidade aeroportuária nós teremos mais movimentos, mais atividade de aviação, e terá consequências em toda a indústria nacional, são fundamentais para todo o cluster”.

O ministro das Infraestruturas defendeu ainda, em Oeiras, que a TAP não é um tema polémico e defendeu uma aposta na aviação, semelhante à que foi realizada na ferrovia, com a participação dos setores público, privado e da academia.

O que aconteceu na ferrovia “pode acontecer na aviação. Temos um ‘cluster’ que se tem mostrado muito dinâmico, com um conjunto de investimentos, o que são os ingredientes suficientes para que Portugal possa ter um setor em crescimento”, afirmou citado pela Lusa.

Metro de Lisboa volta a parar esta quarta-feira entre as 5h e as 9h. Saiba porquê

Quantas vezes já parou o Metro de Lisboa este ano e quantas paralisações estão agendadas?

A paralisação desta quarta-feira é a sétima desde o início deste ano, sempre no arranque da manhã, geralmente entre as 5h e as 9h, o que leva a que a reposição de comboios apenas ocorra pelas 9h30. As outras greves parciais ocorreram a 11 e 18 de março, 14, 22 29 de abril e 4 de maio. Até ao final do mês o Metro vai parar mais uma vez, no dia 27, no mesmo horário.

comportamento do turismo em portugal

O comportamento do turismo em Portugal cresce nos EUA 49%

O comportamento do turismo em Portugal neste momento é “motivo de grande regozijo”, destacou o Ministro da Economia, referindo-se ao crescimento de turistas vindos dos EUA, que está nos 49%, e da Alemanha, 7,3%.

Comentando a evolução da economia este ano, o ministro disse que “notamos dinamismo em vários sectores”, com “o turismo e os serviços a crescer de forma mais robusta do que tínhamos pensado”.

“O comportamento do turismo dá-nos alguma esperança”.

evolução do turismo

Costa Silva destacou, na audição na Assembleia da República no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para este ano, a capacidade de atração de investimento do país, referindo que nos dois primeiros meses de 2022 o saldo líquido de investimento estrangeiro foi de 2,2 mil milhões de euros.

O ministro lamentou também o facto de não ser ter avançado com o projeto de exploração de gás natural no Algarve – que o levou a dizer que a Partex, a empresa que liderou até 2019, ia deixar de investir no país.

Se esse investimento tivesse acontecido, Portugal podia estar a produzir gás natural neste momento de escassez provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Costa Silva deixou claro que se houver interessados em investir nas reservas de gás natural do Algarve, não hesitará em acolher essas manifestações de interesse.

“O que me move é olhar para o futuro. Eu não penso fora da caixa, penso mesmo sem caixa”.

O ministro lembrou a conjuntura negativa provocada pela pandemia que levou ao colapso das redes logísticas – sendo que o trabalho da logística é a espinha dorsal do comércio internacional – e o aumento dos preços da energia e matérias-primas.

“A inflação é das variáveis económicas mais complexas e mais difíceis com que temos de lidar. Qualquer erro pode ter consequências dramáticas”, afirmou.

A indústria do turismo nacional procura reativar-se

«Temos em Portugal um desígnio muito forte de fazer esta transformação estrutural da nossa economia, alterar o perfil produtivo e incorporar cada vez mais conhecimento e inovação em todos os processos de fabricação, novos produtos de bens, de serviços que criem alto valor acrescentado e que desenvolvam um cluster ainda mais forte para as exportações nacionais serem cada vez mais corporizadas numa tendência sustentável para o futuro», disse o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

BTL - Indústria do Turismo Nacional de Lisboa

BTL – Indústria do Turismo Nacional de Lisboa é “espaço de reencontro”

A secretária de Estado sublinhou que os empresários da Indústria do Turismo Nacional têm ainda “uma situação muito difícil em mãos“, uma vez que, apontou, serão necessários “vários anos para que os balanços contabilísticos das empresas possam recuperar” do impacto da pandemia de Covid-19.

A secretária de Estado do Turismo considera que a 32.ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que arranca esta quarta-feira após interrupção devido à pandemia, é “um espaço de reencontro” após dois anos “muito sofridos”.

“A BTL é sobretudo um espaço de reencontro, volvidos estes dois anos muito sofridos no que ao setor diz respeito e, portanto, as nossas expectativas são grandes“, disse Rita Marques à Lusa.

A secretária de Estado com a pasta do turismo destacou que esta edição do certame conta com “grande parte das empresas que estiveram nas edições anteriores”, o que significa que as empresas “mantêm-se vivas, ainda que em circunstâncias difíceis”.

A mensagem positiva que queremos projetar na BTL passa, sobretudo, por dar nota de que a cadeia de valor do setor do turismo está viva, está disponível e tem todas as condições para acolher a procura, assim que ela surja”, realçou Rita Marques.

indústria do Turismo Nacional

Indústria do Turismo Nacional

A governante apontou também algumas novidades desta edição, com destaque para o turismo literário, por ocasião do centenário de José Saramago, que se assinala este ano, bem como iniciativas relativas à inovação no setor.

Ainda fragilizados, os empresários enfrentam agora novas dificuldades, devido à subida dos preços da energia, matérias-primas e bens alimentares, na sequência do conflito na Ucrânia. A solução poderá passar pela requalificação em cursos de marketing, email-marketing, marketing digital, SEO, ou a realização de auditorias digitais.

“Isto é especialmente impactante, designadamente no que toca aos transportes terrestres de passageiros, mas também no que toca à conectividade internacional, tendo em conta, como sabemos, que grande parte dos custos das nossas companhias aéreas dependem justamente de um carburante, do jet fuel, que também foi fortemente impactado e, portanto, espera-se naturalmente uma subida de preços em toda a cadeia de valor”, afirmou Rita Marques.

“Até o momento, não temos evidência que essa escalada de preços esteja já a ocorrer, portanto, estamos à espera que ocorra, mas, nesta altura, ainda não é uma realidade”, acrescentou.

A BTL regressa esta quarta-feira à FIL, em Lisboa, depois de uma pausa de dois anos, onde muitas pessoas foram para teletrabalho devido à pandemia, prolongando-se até domingo.

Para esta 32.ª edição, a BTL contará com um número superior a 1.400 expositores, segundo a organização, que escolheu “o Porto e Norte como Destino Nacional Convidado” em “reconhecimento do aumento de notoriedade que tem conquistado e do enorme crescimento no número de visitantes”, sendo que o município convidado deste ano é Anadia.